quarta-feira, 9 de março de 2011

Letícia Mobis é a única delegada na região de Três Lagoas

Delegada afirmou que já
foi insultada diversas vezes
Letícia Mobis, delegada responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) é a única mulher a exercer a profissão na região do Bolsão. Aos 29 anos, Letícia disse que desde quando cursava o terceiro ano de direito já sonhava em ser delegada.
O sonho foi descoberto a partir do momento em que Letícia passou a fazer estágio no Ministério Público (MP). “O delegado tem 95% de responsabilidade sobre o caso, é ele quem investiga, exercendo a função, posso ser justa”, disse.

Formada em 2003 pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL) e pós-graduada em direito penal, processual, Letícia disse que iniciou a carreira como delegada no Procon da capital paulista, sua cidade natal.

Ela afirmou que nunca aproveitou o dinheiro que ganhava; andava de ônibus, não viajava e nem comprava o que queria. Parte do dinheiro servia para ajudar a família, a outra parte era depositada no banco para prestar concursos por todo o Brasil.

Letícia já prestou concursos em Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Ao prestar o concurso no Mato Grosso do Sul, Letícia conseguiu, enfim, realizar o sonho de ser delegada. A profissional tomou posse na DAM em abril do ano passado e desde então passou a realizar os desejos pessoais.

“Recentemente comprei meu primeiro carro. Hoje sei que posso viajar, comprar o que tenho vontade e ajudar mais a minha família”, disse Letícia referindo-se a realização profissional e ao salário que hoje não é investido mais em concursos.

“Quem tem um sonho deve ser persistente e abrir mão de alguns prazeres, confesso que vale a pena”, ressaltou a delegada Letícia Mobis.

PRECONCEITO
Dentro da instituição, Letícia disse que é respeitada, pois o profissional é tratado de igual para igual, independentemente de raça ou sexo. Para ela, esse é um avanço conquistado pelas mulheres que sonham em conquistar posições, consideradas pela sociedade, mais comuns aos homens.

Por outro lado, Letícia relatou que já foi insultada por autores criminais. Ela relata que certa vez tirou as algemas de um homem para que ele assinasse alguns papéis, ao notar que só havia mulheres na DAM, ele saiu correndo e tentou fugir, mas foi detido ainda próximo da delegacia por Letícia e mais uma investigadora.

“Uma vez um homem me olhou e perguntou quem eu pensava que era. Nessas horas temos que ter paciência. Hoje, além responder pelo crime que cometeu na época, responde também por desacato a autoridade”, disse.

Fonte:  http://www.jptl.com.br/?pag=ver_noticia&id=33829

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