Thereza Simony comanda a 1ª. Delegacia. (Foto: Sérgio Freire Ascom – SSP/SE) Aliete integra o quadro da Denarc. (Foto: Sérgio Freire Ascom – SSP/SE) |
Quem imaginaria há uma ou duas décadas que as mulheres ousariam tanto, a ponto de perseguir criminosos armados e perigosos? Quem acreditou na força e no talento feminino acertou. Nos últimos 20 anos as mulheres superaram a barreira da discriminação e provocaram uma verdadeira revolução no campo profissional e hoje atuam praticamente em todas as áreas de trabalho.
Em Sergipe, como em âmbito nacional e internacional, elas alcançaram posições de destaque, por exemplo, na Polícia Civil. Hoje, as delegadas representam quase 50% do quadro de delegado da instituição. Entre elas estão Aliete Maria Andrade de Melo, delegada do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil, e Thereza Simony Nunes Silva, da 1ª Delegacia Metropolitana de Aracaju.
Ambas ingressaram na carreira através de concurso público, no cargo de delegada de terceira classe, já promovidas para a segunda classe. Aliete e Thereza Simony chegaram aos quadros da Polícia Civil por motivos diferentes, mas são iguais no sentimento e na determinação quando afirmam que estão na profissão certa e nela permanecerão.
Aliete Maria como Thereza Simony são formadas em Direito. A primeira decidiu disputar o concurso público para delegado inspirada no exemplo que tinha em casa: o irmão, Fernando José Andrade de Melo, coordenador de Delegacias do Interior. Thereza Somony acredita que, no seu caso, recebeu um empurrãozinho do destino. “Fiz o concurso apenas para ganhar experiência. Naquele momento não tinha nenhuma pretensão de ser delegada de polícia”, confessou.
No cargo de delegada há oito anos, Thereza Simony adquiriu uma bagagem profissional e uma experiência de vida que a levam a acreditar cada vez mais e com mais firmeza na missão de poder servir a comunidade. Ela foi delegada da Detur (Turismo) e nos municípios de Carmópolis, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro. Mas foi à frente da Delegacia de Homicídios e de Roubos e Furtos de Veículos (Derof) que enfrentou experiências inesquecíveis, como ela própria afirma.
“A DERFV é uma delegacia especializada, que tem características muito particulares e investigações difíceis. Como o veículo tem grande valor econômico, a Autoridade Policial recebe muita cobrança. Então, a gente tem que saber lidar com isso e responder à altura aos anseios da população. Depois desta experiência, eu consigo enfrentar com mais facilidade situações difíceis, que aparecem no nosso dia-a-dia”, reforçou a delegada Thereza Simony.
Pipita
Ser delegada exige dedicação ao cargo. A carga horária de trabalho oficial é de oito horas diárias, quase sempre superadas. Funções como investigações e perseguições ditam o ritmo de trabalho que não se prende a um tempo determinado. Quando delegada de Itaporanga e integrante da força policial que caçou Pipita, um adolescente acusado de vários crimes, Aliete Maria passou cerca de 15 dias no meio do mato, sem hora para comer ou dormir.
A experiência lhe valeu o momento de maior emoção na carreira que começou no município de Itaporanga. ”Senti forte emoção quando libertamos as duas meninas sequestradas por Pipita”, declarou a delegada que, depois de Itaporanga e promovida a delegada de segunda classe, assumiu a Delegacia Regional de Estância, onde ficou por um ano, estando hoje no Departamento de Narcóticos.
Vencendo o preconceito
Aliete Maria e Thereza Somony souberam se posicionar com firmeza quando assumiram os cargos e enfrentaram o preconceito dos comandados. “Na primeira semana de trabalho precisei me impor po que certo policial não quis acatar uma ordem, chegando a levantar a voz. Mostrei a ele que era eu quem mandava ali”, revelou Aliete Maria.
“Quando assumi o cargo senti um ambiente hostil, onde homens não estavam acostumados a ser comandados por mulher. Mas fui me impondo e com o tempo o relacionamento foi melhorando, ao ponto de ter conquistado o respeito de todos”, reforçou a delegada Thereza Simony.
A profissão
Para Thereza Simony, a profissão de delegada é difícil, exige sacrifícios e muita dedicação, mas oferece recompensas. “É uma profissão bonita, que tem grande valor no tocante à prestação de serviços à comunidade. Quando a população responde a um chamado nosso, isso é sinal de confiança”, declarou.
A opinião é compartilhada pela colega Aliete Maria. “Temos a missão de combater o crime e tirar os criminosos da rua para dar segurança à população. Isso é muito valioso e gratificante. Tenho paixão pela minha profissão e pretendo seguir carreira na Polícia Civil”, disse.
Conceição Soares
Da Redação
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ResponderExcluirOlha amei
ResponderExcluirespero me tornar uma grande delegada como essas mulheres!
Claro que sim.. e espero nos encontrarmos na academia de policia.. o Brasil merece pessoas como nós, fortes e batalhadoras!!
ResponderExcluirGrande abraço..
Lutemos sempre!