quinta-feira, 10 de março de 2011

Um nome para não ser esquecido

PRIMEIRA DELEGADA DA PC DO PARANÁ

Atualmente a Polícia Civil do Paraná conta com o trabalho de 617 policiais femininas, entre delegadas, investigadoras e escrivãs, além de 238 mulheres contratadas em outros cargos. Mas para chegar à essa realidade elas tiveram que lutar contra o preconceito de uma atividade considerada, durante décadas, exclusiva dos homens. O melhor exemplo que o Estado tem dessa persistência vem de Teresa Ermelino dos Santos, que aos vinte anos começou a trabalhar como agente de polícia e dez anos depois, em 1974, foi nomeada a primeira delegada do Paraná. Entretanto, para chegar tão longe ela teve que travar uma batalha contra uma dupla intolerância: além de ser mulher, Teresa é negra, características inadmissíveis para a sociedade da época.
Assim que iniciou seu trabalho, ela fazia parte de uma seleta minoria. Em meio a centenas de homens, apenas 15 mulheres atuavam na Polícia Civil. Ainda sem ter entrado para a faculdade de Direito, Teresa cursou a Escola de Polícia. Foi nomeada e efetivada como comissária de polícia, o que a deixava subordinada apenas ao delegado. Essa situação provocou tamanho alvoroço que resultou na criação de uma Lei que proibia mulheres nesse cargo.
Delegada
Em 1974, quando formou-se, prestou concurso para delegado e passou, mas o Estado recorreu mais uma vez à sua ascensão. Somente depois de falar com o então governador, Jaime Canet Junior, que sancionou uma Lei admitindo mulheres ao cargo de delegado, Teresa conseguiu ser oficialmente nomeada. Meses depois a Delegacia da Mulher foi criada, e por mais de três anos ela a chefiou. "Foi o único lugar que tive sossego para trabalhar". Em 1994 Teresa aposentou-se.

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